Entenda a origem do conflito, o sionismo na Europa do séc. 19 e as fronteiras; os assentamentos judaicos e a disputa de Jerusalém.
De todos os elementos do conflito entre israelenses e palestinos, a cidade de Jerusalém talvez seja o mais delicado por seu simbolismo.
A Cidade Sagrada – Jerusalém
Judeus, muçulmanos e cristãos têm a cidade de Jerusalém como sagrada.
Na cidade velha, fica a Igreja do Sepulcro ou a Basílica do Santo Sepulcro; ali, para os cristãos, está o calvário onde Jesus Cristo foi sepultado e subiu aos céus.
É o lugar mais sagrado do Cristianismo;
Más há também a Mesquita Al-Aqsa e o santuário Domo da Rocha, que é o lugar de onde, para os muçulmanos, Maomé subiu aos céus.
Esse é o terceiro local mais sagrado do Islã, depois de Meca e Medina, e faz parte Esplanada das Mesquitas;
Sob essa esplanada fica o Muro das Lamentações, a única parte visível do que, para os judeus, restou do Segundo Templo, o local mais importante para o Judaísmo;
e o principal santuário do povo de Israel desde o século 10 a.C.
As Capitais – Jerusalém
Para Israel é sua capital “eterna e indivisível” e o país reinvidicou soberania sobre toda a cidade depois de tomar a parte oriental em 1967, após a Guerra dos Seis dias.
As Nações Unidas declararam esta anexação nula e sem efeito e, desde então, ratificaram essa decisão várias vezes.
Por outro lado, Jerusalém é reivindicada pelos palestinos como capital do seu futuro Estado, mas têm seus territórios separados por terra pela ocupação israelense.
Tanto a Autoridade Nacional da Palestina, que governa parte da Cisjordânia, como o Hamas, que tem poder na Faixa de Gaza, querem parte de Jerusalém como capital.
Atualmente, a maioria dos Estados membros das Nações Unidas defende que a questão de Jerusalém deve ser resolvida por diplomacia.
Por isso, instalaram as suas embaixadas em Israel, na cidade de Tel Aviv.
Enquanto Ramallah é a capital administrativa dos territórios palestinos.
A decisão de não abrir seus postos diplomáticos em Jerusalém se dá porque, caso o fizessem, esses países estariam confirmando o controle único da cidade pelos israelenses.
O Controle Israelense sobre Jerusalém
Atualmente a cidade inteira está sob controle isralense.
O plano da ONU de 1947 propunha deixar a Cidade Santa nas mãos da comunidade internacional, mas seu status legal nunca foi definido.
A recente decisão de Donald Trump de mudar a embaixada dos EUA para lá, não facilita o entendimento entre as partes.
O governo de Jair Bolsonaro chegou a ameaçar, mas acabou não abrindo uma embaixada brasileira em Jerusalém, continua em Tel Aviv.
O que está claro é que o status de Jerusalém seria um ponto-chave para um possível pacto final entre israelenses e palestinos.
A cidade já foi palco de muitos conflitos e alguns deles desencadearam as Intifadas.
A disputa de Jerusalém é um ponto importante no plano de paz recentemente apresentado pelo presidente dos EUA e pelo primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu.
Os palestinos rejeitaram a proposta, entre outras razões, porque implicava a sua renúncia aos territórios ocupados por Israel – ilegalmente, segundo a maior parte da comunidade internacional.
A Comunidade Internacional
Uma parte importante da comunidade internacional acha que os israelenses devem apoiar a ideia de um Estado soberano para os palestinos e suspender o bloqueio à Faixa de Gaza;
um bloqueio econômico e comercial imposto desde 2007, quando o Hamas ascendeu ao poder na região, como consequente deterioração das condições de vida da população local.
A comunidade Internacional defende ainda que Israel deve remover as ocupações e as restrições de movimentação na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.
Por outro lado, defende também que os grupos pelestinos devem renunciar à violência e reconhecer o Estado de Israel.
No entanto, neste momento, parece que o conflito entre Israel e palestinos não esteja perto de se resolver.