Grafeno o que é o material milagroso

Se pensou no grafite de um lápis, acertou em cheio! Chamado de “material milagroso”, o Grafeno é ultraleve, flexível, forte como aço, excelente condutor elétrico, transparente e impermeável.

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Descoberto há duas décadas, o Grafeno vem sendo testado com avanços importantes em direção ao que se esperava deste material: uma revolução na tecnologia.

A origem do interesse pelo Grafeno

Em 2004 os cientistas Andre Geim e Konstantin Novoselov, físicos da Universidade de Manchester, no Reino Unido, conseguiram isolar o Grafeno.

Usando uma técnica tão simples como colocar uma fita adesiva sobre a grafite, removendo camada por camada até obter uma lâmina de um átomo de espessura.

Com isso, ganharam o prêmio Nobel de Física em 2010 e então começou uma “febre do grafeno” entre a comunidade científica.

Por que o Grafeno é tão especial

Ele é uma lâmina muito fina de carbono puro, na qual os átomos estão dispostos numa estrutura hexagonal, como um favo de mel.

Graças à sua estrutura, o grafeno possui uma série de propriedades extraordinárias:
Duzentas vezes mais duro que o aço;
Conduz eletricidade com mais eficiência do que o cobre;
Extremamente leve e flexível;

São características vistas como capazes de revolucionar indústrias e campos que vão da tecnologia à medicina.

Para que o Grafeno pode ser usado

Poderia por exemplo aumentar em dez vezes a vida útil das baterias e reduzir o tempo de carga. 

Isso abriria a possibilidade de substuir as baterias de lítio e mudar o cenário de setores como o de veículos elétricos.

Além disso, a sua flexiibilidade o torna ideal para telas ultrafinas e robustas, que podem se dobrar com uma folha de papel.

Promete eletrônicos ultrarrápidos, supercomputadores, o que abre caminhos para o desenvolvimento de Inteligências Artificiais.

Na construção civil, o grafeno pode aprimorar o isolamento térmico de edifícios, melhorando a sua durabilidade e eficiência.

Na medicina estão sendo desenvolvidas próteses mais leves e flexíveis, com potencial para criar oços e músculos artificiais.

Mas, apesar do entusiásmo inicial da comunidade científica e das empresas de tecnologia, o uso do grafeno ainda é limitado.

O que já temos de uso prático

Podemos não nos ter dado conta, mas a maioria dos carros e telefones celulares contêm grafeno.

Isso quer dizer que o material está impactando alguns produtos importantes, embora isso possa não ser tão visível para os consumidores.

O grafeno também é encontrado em sensores, baterias de carregamento rápido e dispositivos esportivos de alto desempenho, como capacetes e raquetes.

Outros usos são em componentes de aviões e filtros de água.

Muito disso se deve à Graphine Flagship, uma iniciativa de pesquisa da União Europeia com sede na Suécia, que tenta levar o grafeno à aplicações no mundo real e é conhecida por ter desenvolvido cerca de noventa produtos desde 2013.

Essa iniciativa promoveu diversas aplicações comerciais nas quais grandes empresas de tecnologia continuam experimentando o material para melhorar baterias, telas e até painéis solares.

Por que o “milagre” não se concretizou

O Grafeno ainda enfrenta vários desafios importantes para poder passar de promessa milagrosa à realidade.

O maior deles é a sua produção em larga escala.

Para manter suas propriedades extraordinárias o grafeno deve manter uma pureza quase perfeita, tendo por isso uma produção cara e difícil.

Por isso, outros materiais mais acessíveis como o silício continuam sendo opções mais baratas atualmente.

Alguns pesquisadores acreditam que conforme os métodos de produção melhorem e os custos diminuam, o grafeno pode chegar aos produtos de uso diário.

Até aqui, podemos considerar que o Grafeno é um material revolucionário, mas seu potencial não transformou o mundo no curto prazo.

Agora, cientistas e empresas continuam a investir em seu desenvolvimento, esperando que um dia suas aplicações práticas se tornem realidade.

Pode ou não ser uma perda de tempo.