Entenda a origem do conflito, o sionismo na Europa do séc. 19 e as fronteiras; os assentamentos judaicos e a disputa de Jerusalém.
Após a guerra de 1967, Israelenses seguem ocupando o território palestino construindo assentamentos e expandindo seu território.
Colonos Israelenses
Durante o domínio britânico, nas décadas de 20, 30 e 40, milhares de judeus migraram para a região da Palestina.
Mas após o Holocausto e a criação do Estado de Israel em 1948, a população de judeus na área cresceu exponecialmente.
Hoje, os israelenses são cerca de 8 milhões e meio e a maioria vive dentro das fronteiras do Estado de Israel.
Porém, mais de meio milhão vive em assentamentos localizados nos territórios ocupados da Cisjordânina e Jerusalém Oriental.
Esses assentamentos são como bairros protegidos por cercas, muros e pelas forças de segurança israelenses e aqueles que vivem neles são chamados de colonos.
Problemática dos assentamentos
Israel começou a construí-los em 1967 nos territórios ocupados durante a guerra dos 6 dias.
Ao longo dos anos eles cresceram muito – em número e população.
À custa dos habitantes palestinos, que acusam o Estado de Israel de demolir suas casas, invadir e expropriar suas terras, restringindo sua liberdade de movimento.
A comunidade internacional, incluindo as Nações Unidas e o Tribunal Internacional de Justiça, considera esses assentamentos ilegais.
E faz isso por um princípio muito simples: a Convenção de Genebra proíbe um país de transferir sua população para o território que ocupou militarmente.
No entanto, os colonos israelenses defendem que essa regra não pode ser aplicada à Cisjordânia.
Segundo eles, ela não é um território ocupado porque antes de 1967 não havia uma soberania clara.
Ou seja, eles argumentam que antes de chegarem, esse território não era oficialmente de ninguém.
Até a década de 1940, a Palestina era controlada pelos britânicos que chegaram em um contexto de partilha de terras com o Império Turco Otomano, após o fim da Primeira Grande Guerra.
Por outro lado, os assentamentos judeus transformam o território palestino em um mosaico fragmentado.
A Organização para a Libertação da Palestina
Outro protagonista deste conflito, a também conhecida OLP, liderada por Yasser Arafat.
A OLP era uma coalizão de movimentos políticos e paramilitares criados em 1964 com três objetivos principais:
Acabar com o Estado de Israel;
Favorecer o retorno de refugiados palestinos;
Criar um Estado Palestino;
Durante anos a OLP lançou operações militares contra Israel, primeiro na Jordânia e depois do Líbano.
Isso desencadeou um conflito no sul do Líbano em 1982.
Mas os ataques palestinos também incluem alvos israelenses em território europeu.
Um exemplo disso, foi o sequestro e assassinato de 11 atletas israelenses durante a Olimpíada de 1972, em Munique.
As Intifadas
Fato é que durante anos o conflito entre palestinos e colonos israelenses manteve a região sob tensão.
Imagens de meninos jogando pedras nos tanques israelenses carregaram durante muito tempo o símbolo desse conflito.
A superlotação nos territórios ocupados, as difíceis condições econômicas e os confrontos entre o exército israelense e a população palestina, provocaram violentos protestos em 1987.
Foi o que ficou conhecido como Intifada, uma palavra árabe que significa Levante.
Um ano depois, a Jordânia renunciou às suas pretensões sobre a Cisjordânia e reconheceu a OLP como o único representante legítimo do povo palestino.
Essa primeira intifada terminou em 1993 com a assinatura dos Acordos de Paz de Oslo entre a OLP e o Estado de Israel.
Acordos de Oslo
Esses acordos foram muito importante na época porque ambas as partes se comprometeram em buscar o fim dos conflitos.
A Autoridade Nacional Palestina foi criada nesta ocasião e, anos depois, em 2013, adotou oficialmente o nome de Estado Palestino, reconhecido por 139 dos 193 países que compõem a ONU.
Os acordos de Oslo também previam a autonomia palestina sobre Gaza e a Cisjordânia e dividia este último em três setores administrativos, denominados áreas A, B e C.
A seria administrada exclusivamente pela Autoridade Nacional da Palestina;
B sob controle administrativo da ANP e o controle militar de Israel;
C, onde estão os assentamentos dos colonos israelenses, é totalmente administrada por Israel;
A tentativa de implementação do plano, entretanto, não só foi mal sucedida, como também foi o pivô do assassinato do então primeiro-ministro israelense Ytzhak Rabin em 1995.
Ele foi morto por um militante israelense de extrema-direita que se opunha ao diálogo com os palestinos.
Assim, nos anos seguintes aos Acordos de Oslo e após a fracassada Cúpula de Paz de Camp David em 2000, as relações entre as duas comunidades permaneceram muito tensas e os confrontos violentos continuaram a acontecer.
Muro da Cisjordânia
Em 2002, Israel começou a construir um muro de concreto cercando parte dos territórios ocupados da Cisjordânia sob o argumento de que estaria protegendo seu território.
Apesar das críticas de autoridades internacionais e dos apelos para que fosse destruído, o muro tem atualmente mais de 760KM.
Segunda Intifada
Ainda no ano 2000, ocorreu a segunda intifada, catalizada por um evento puramente simbólico, a visita do então candidato a primeiro ministro de Israel, Ariel Sharon.
Ao monte do templo, também chamado de Esplanada das Mesquitas, local considerado sagrado tanto por judeus quanto por muçulmanos.
A visita foi vista como uma provocação, enfureceu palestinos e deu início à segunda intifada.
Mais violenta do que a primeira, ela terminou em 2005 com a retirada de Israel de Gaza.
EUA e Israel
A mais recente escalada de violência eclodiu em 2017, motivada pela decisão do então presidente dos EUA, Donald Trump, de reconhecer Jerusalém como a capital do Estado de Israel.
Fato é que nas últimas décadas, as administrações dos EUA estiveram perto de Israel, dando inclusive apoio financeiro ao país.
A potência do exército de Israel e suas ações nos territórios palestinos, há anos estão no centro de uma discussão sobre uma possível resposta desproporcional a ataques palestinos.
Nos últimos anos, as Forças Armadas de Israel realizaram numerosos bombardeios na Faixa de Gaza e em menor grau na Cisjordânina.
Segundo Israel, as ações militares são respostas a ataques palestinos contra sua população civil, os quais, muitas vezes, são de responsabilidade de grupos extremistas islâmicos, como o HAMAS.
Estes grupos extremistas nunca reconheceram os acordos assinados entre outras organizações palestinas e Israel.
Nos últimos 20 anos, morreram nos conflitos mais de 1200 israelenses frente a 8400 palestinos.
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