Entenda rapidamente o que são os buracos negros, como eles são formados e quais são as últimas informações que temos a respeito deles.
Veja também nossa matéria sobre 4 fatos que provam cientificamente que estamos diretamente ligados aos astros.
Alguma coisa nos buracos negros atiça a nossa imaginação.
Talvez seja o fato de que, para que um buraco negro se forme, uma estrela tem que morrer;
Ou, o fato de que o que entra ali não consegue escapar;
Talvez a ideia de que, no coração de um deles, o tempo e o espaço não funcionam da maneira que os experimentamos.
Tudo isso parece poético, mas a verdade é que é tudo literal e comprovado cientificamente.
Mesmo assim, os buracos negros são um dos fenômenos mais enigimáticos do universo.
Albert Einstein e sua descoberta
Há mais de 100 anos vivemos em um universo conceituado por Albert Einstein.
Sua Teoria da Relatividade Geral permitiu explicar desde a origem do universo até as órbitas dos planetas.
O que Einstein não conseguiu prever, é que da sua teoria revolucionária se derivava a possibilidade de que no universo existissem esses fenômenos astronômicos.
O que são?
Regiões no espaço onde a força de atração gravitacional é tão poderosa que faz com que nada, nem mesmo a luz, consiga escapar.
Apesar do fato de que uma fotografia de um buraco negro não seria vista até o ano de 2019, a prova da sua existência já estava lá, nas próprias equações de Einstein.
Ele mesmo se negou a aceitar isso, afirmando que tinha de haver outro processo desconhecido que evitasse a sua formação.
Isso porque aceitar a existência dos buracos negros, para Einstein, significava aceitar a existência de algo conhecido na comunidade científica por Singularidade.
Um simples ponto no espaço onde todas as Leis da Natureza que conhecíamos, deixam de funcionar.
O “não” decisivo de Einstein, que ele mesmo publicou em uma das revistas de matemática mais respeitadas do mundo, Annals of Mathematics, Vol 40. nº4 october 1939, foi um obstáculo para o estudo dos buracos negros.
Mas em 1965, o físico Roger Penrose conseguiu demonstrar matematicamente que no universo de Einstein as singularidades não só são possíveis como também inevitáveis.
Essa descoberta rendeu a Penrose o prêmio Nobel de física em 2020, aos 89 anos de idade.
No entanto, a completa aceitação da comunidade científica da existência dos buracos negros, não quer dizer que todos os mistérios estejam resolvidos e desvendados, muito menos sobre a singularidade.
Formação dos Buracos Negros
Quando percebemos e sentimos a solidez de um objeto através dos nossos sentidos, intuitivamente sabemos que toda a sua massa está distribuída e que existe uma certa densidade e volume no espaço.
Ao nos depararmos com um edifício conseguimos ter a noção de que toda a sua massa ou volume ocupa um espaço muito maior do que ocupa o nosso corpo, por exemplo.
Agora imaginemos que toda a quantidade de matéria que compõe este edifício, com toda a sua massa e o seu peso, fosse comprimida para o tamanho de um grão de areia.
O primeiro problema que salta à nossa razão é que o material irá resistir, simpplesmente não cabe, não é mesmo?
E quanto mais tentarmos apertá-lo e execermos pressão, maior será a sua resistência.
Seria necessário um evento muito poderoso ao redor do edifício para gerar energia suficiente que realize este trabalho.
É o que ocorre quando uma estrela massiva, ou seja, uma estrela com pelo menos 30 vezes o tamanho do nosso Sol, morre.
Em questão de segundos provoca uma mega explosão, colapsando sobre si mesma e comprimindo a sua massa ao tamanho de um ponto.
Este processo é responsável pela formação de buracos negros estelares, que são os mais comuns.
Real aparência dos Buracos Negros
Apesar de encontrarmos infinitas imagens de buracos negros na internet, foi apenas em abril de 2019 que a equipe do Even Horizon Telescope (EHT),
com mais de 200 cientistas, consegue a primeira fotografia de um buraco negro,
faz prova de vida da sua existência e confirma o que Einstein previra na Teoria da Relatividade Geral.
A imagem chega da longínqua galáxia M87, na constelação de Virgem, onde mora um dos objetos cósmicos mais fascinantes do Universo.

Foto: EHT COLLABORATION
Einstein dizia que estes fenómenos estariam rodeados por um anel de luz brilhante e teriam uma densidade tão elevada
que a partir de um determinado ponto sem retorno, o chamado evento de horizontes, nem a luz conseguiria escapar ao seu poder gravitacional.
Cem anos depois, a explicação do génio passou no teste do maior projeto de astronomia do mundo.
Um Buraco Negro no centro da Via Láctea?
De acordo com os cáculos mais recentes, só na Via Láctea há entre 10 milhões e 1 bilhão de buracos negros estelares.
Há também outro tipo de buraco negro, chamado de supermassivo, que os astrônomos acreditam que ficam no centro de praticamente todas as grandes galáxias, incluindo a Via Láctea.
Na verdade foi por causa deles que Penrose dividiu o prêmio Nobel com mais outros dois cientistas, Andrea Ghez e Reinhard Genzel, que descobriram um objeto no centro da nossa galáxia, o qual se acredita ser um supermassivo.
O que se sabe é que nesta região existe um objeto invisível e incrivelmente pesado que faz com que as estrelas ao seu redor se movam a velocidades impressionantes.
O que sabemos é que ali dentro tudo se encaminha para a singularidade, o ponto no centro de um buraco negro.
É nesse ponto que o espaço e o tempo, como conhecemos, terminam.
Ali, as equações de Einstein não têm nenhum sentido.
Na verdade, nenhuma das leis da natureza que conhecemos funcionam.
Por isso, há quem diga que os buracos negros e a singularidade são o maior problema ainda não resolvidos pela Física atual.
São o lugar onde os cientistas se vêm forçados a reconhecer que o nosso conhecimento do Universo tem um limite.
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