Entenda o que é cognição e reserva cognitiva, como blindar o seu cérebro contra possíveis lesões e doenças neurodegenerativas como Alzheimer.
A saúde cognitiva do cérebro é aquela referente à capacidade que temos de pensar, aprender e lembrar com clareza.
E ela depende de duas coisas: a reserva cerebral e a reserva cognitiva.
Esta última permite compensar os efeitos de uma lesão ou enfermidade neurodegenerativa.
É como um armazém de recursos que podemos construir e reforçar ao longo de nossas vidas.
Pesquisas recentes apontam que realizar atividades que nos exige raciocínio
– e sobretudo que sejam prazerosas – pode fortalecer o cérebro, deixá-lo mais ágil e criativo, ajudando-o a se proteger de problemas futuros.
O que é cognição
A habilidade de aprender, raciocinar e recordar com clareza.
É a partir do processo cognitivo que o ser humano consegue desenvolver suas capacidades intelectuais e emocionais.
Pode ser categorizada a partir dos seguintes processos cerebrais:
Percepção;
Linguagem;
Atenção;
Memória;
Pensamento;
Reserva Cognitiva e Reserva Cerebral
Pensemos no cérebro como se fosse um computador.
Este último é composto por dois tipos de macroestrutura: hardware e software.
A Reserva Cerebral é como o “hardware do cérebro”.
Os componentes físicos, a estrutura base que herdamos de nossos pais como genes, tamanho do cérebro, quantidade de neurônios e assim por diante.
Já a Reserva Cognitiva é como o software, são programas que “instalamos” e “rodamos” no cérebro e que podemos ir acumulando.
Como Blindar o Cérebro e sua Cognição
Aprender um idioma, ler, escrever um blog, jogar jogos de tabuleiro ou fazer trabalhos manuai, são exemplos de como treinar o nosso cérebro, tornando-o mais ágil e criativo.
Muitas pesquisas mostram que, embora nosso cérebro tenha lesões, ou tenha “problemas de hardware”,
se instalarmos determinados programas que reforçam a capacidade sua capacidade de realizar processos cognitivos, atribuímos ao nosso cérebro capacidade de improvisar para se proteger dos efeitos das lesões físicas.

Em algumas situações, isso permite o cérebro minimizar ou adiar sintomas de perda cognitiva.
Os cientistas ainda não entendem bem como é que o cérebro desenvolve esta capacidade de se proteger a nível fisiológico.
O que está claro é que o reforço da reserva cognitiva é bastante positivo.
Como sabemos que a Reserva Cognitiva existe
Isso se deve a uma pesquisa realizada com centenas de freiras que permitiram que um jovem cientista estudassem os seus cérebros na década de 1980: O Estudo das Freiras.
O Epidemiologista e professor de Neurologia Dr. David Snowdon, iniciou o estudo da doença de Alzheimer, buscando aprender por que o cérebro se deteriora
com a idade em algumas pessoas e em outras não.
Tendo como foco um grupo específico de 678 freiras de vários conventos de Minnisota (EUA), aceitaram passar por exames cognitivos e de memória todos os anos, além de doar seu cérebro para estudos científicos após a morte.
Depois de 15 anos estudando as freiras, Snowdon e seus colegas perceberam que as que mais liam, davam aulas e se mantinham ativas, tinham cérebros excepcionais.
Um caso particular chamou a atenção: até a sua morte, aos 101 anos, a irmã Mary apresentou resultados excelentes em seus testes cognitivos.
No entanto, após a sua morte, ao analisarem o seu cérebro, os pesquisadores notaram que ele estava repleto de lesões clássicas causadas pelo Alzheimer.
Ou seja, no âmbito físico, o cérebro de Mary tinha a doença e as lesões, mas nunca desenvolveu os sintomas clássicos de perda de memória.
Mary tinha construído e reforçado a sua Reserva Cognitiva ao longo da sua vida lendo, escrevendo, utilizando a sua memória para aprender canções de louvor, praticando em grupo e sentindo satisfação e alegria.
Conclusão
Quando gostamos de realizar determinadas atividades, nos sentimos preenchidos e posicionados na vida, por isso dedicamos mais atenção a essas atividades.
Além disso, a interação com outras pessoas nos fortalece contra outro inimigo da saúde cognitiva: a depressão.
Vale lembrar também que o cérebro é parte do nosso corpo físico e cuidar dele como um todo também é importante para a nossa saúde cerebral.
Podemos realizar todo o tipo de atividade que reforça a nossa Reserva Cognitiva que não vai adiantar se não cuidarmos do resto do nosso “hardware”.
Em seu estudo, o pesquisador David Snowdon citou trechos das homenagens feitas à irmã Mary quando ela morreu.
Um médico disse que sua longevidade, ao viver até os 101 anos, foi devida à sua atitude diante da vida e não a medicamentos.
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