Entenda o que são os radicais livres, seus efeitos no corpo e como se proteger da sua formação excessiva com uma dieta rica em antioxidantes.
O que acontece nas trilhões de células do nosso corpo, além dos nossos órgãos como o coração e o cérebro,
é um conjunto de pequenas alterações celulares que somadas fazem com que o nosso corpo já não reaja tão bem à passagem do tempo e seu acúmulo de eventos.
Várias teorias foram propostas para explicar o processo do envelhecimento.
A mais abrangente, e mais amplamente aceita cientificamente na atualidade, é a Teoria do Envelhecimento pelos radicais livres.
Esta teoria foi proposta em 1954 pelo médico Denham Harman, pesquisador da Universidade de Nebraska nos EUA, mas só adquiriu aceitação na comunidade científica depois dos anos 70, quando se descobriu a toxicidade do oxigênio.
Segundo a teoria de Harman, o envelhecimento e as doenças degenerativas a ele associadas, resultam de alterações moleculares e lesões celulares desencadeadas por radicais livres.
Radicais Livres, o que são?
Radicais livres são moléculas que possuem número ímpar de elétrons e por isso são instáveis.
Eles surgem como subprodutos comuns da respiração e do metabolismo e se acumulam em nosso organismo ao longo do tempo.
Viver é produzir esta espécie reativa de oxigênio ou oxidante, assim chamados por terem um elétron desemparelhado, localizado no átomo de oxigênio.
Efeitos no corpo
O radicais livres são importantes para os nossos processos metabólicos e acabam sendo necessários para algumas funções do nosso corpo como:
Geração de energia;
Fertilização;
Ativação de Genes;
Ativação do sistema imunológico.
Porém, nós descobrimos que a produção excessiva dos radicais livres pode fazer com que os mesmos passem a atacar e reagir com moléculas do nosso corpo como o DNA, proteínas e gorduras; em busca de um elétron para a estabilizar a sua molécula.
Ao reagir com outras moléculas do nosso corpo, pode alterar a forma, propriedade e funções das mesmas.
Ou seja, causam uma grande confusão.
Alguns efeitos no corpo ou doenças que os radicais livres podem causar são:
Aterosclerose;
Pressão alta;
Diabetes;
Enfisema;
Doença de Parkinson ou Alzheimer;
Doenças inflamatórias como artrite ou lupus;
Degeneração macular.
Além disso, o excesso de radicais livres pode levar ao desenvolvimento de vários tipos de câncer, devido ao dano no DNA das células.
Antioxidantes
O nosso próprio corpo tenta resolver este problema produzindo moléculas antioxidantes que destroem as moléculas reativas de oxigênio para que o processo de envelhecimento fique mais lento.

O nosso organismo possui um sistema antioxidante, produtor de moléculas que combatem os radicais livres, mas também podemos consumir substâncias antioxidantes em alimentos como:
Frutos vermelhos;
Frutas cítricas, ricas em vitamina C;
Vegetais como brócolis e beterraba; (veja outros benefícios adquiridos pelo consumo da beterraba)
Frutos secos.
Além da introdução de alimentos ricos em antioxidantes na nossa dieta, é fundamental nos protegermos da formação excessiva de radicais livres.
Alguns cuidados que promovem a nossa longevidade são:
Aplicar protetor solar no rosto e no corpo diariamente;
Evitar a exposição solar entre as 11h e as 16h;
Reduzir ao máximo hábitos como fumar e consumir bebidas alcoólicas;
Diminuir o consumo de alimentos gordurosos, frituras, ou alimentos industrializados;
Praticar atividades físicas regularmente. (veja aqui como a musculação pode contribuir para a longevidade)
Antioxidantes são milagrosos?
No início dos anos 2000, descobrimos também que em certos experimentos nos quais impedimos que antioxidantes fossem produzidos nos organismos de camundongos e salamandras, vimos que eles envelheciam igual aos outros animais.
Isso acabou por levantar questionamentos na comunidade científica sobre o papel que os antioxidantes têm na desaceleração do envelhecimento.
Para reajustar essas descobertas contraditórias, foi proposto que os radicais livres podem atuar como sinais para outros mecanismos de proteção, ou que a localização diferente de radicais livres dentro das células pode levar a resultados diferentes.
Conclusão
Os radicais livres parecem sim ter um papel importante, mas não tão importante quanto se pensava, como sendo a causa única do envelhecimento.
Já se descobriu, por exemplo, a existência de uma enzima chamada TOR que quando está ativa instrui as células a crescerem, pois está ligada ao nosso desenvolvimento e maturação sexual.
Sendo assim, a hiperfunção da TOR pode reduzir a atuação dos nossos sistemas de proteção antioxidante.
A ativação ou inibição de processos em nosso organismo pode estar ligada ao nosso código genético e isso faz com que cada pessoa envelheça em um rítimo ou taxas diferentes.
Isso faz todo o sentido, visto que cada pessoa possui uma combinação genética única.
Além disso, já se sabe que condições pisicilógicas e mentais podem também desencadear processos fisiológicos que aceleram o envelhecimento.
Conforme as pesquisas científicas avançam, vamos descobrindo que o envelhecimento não tem apenas uma única causa ou fator, não existindo portanto uma única maneira de evitá-lo.
No entanto, por via das dúvidas, cuidar da nossa saúde física e mental é certamente uma ótima escolha para o nosso bem-estar, no geral.